A GAZETA DE ALGOL

"O morto do necrotério Guaron ressuscitou! Que medo!"

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O Destino do Agente - Capítulo 2

Por Mike Ripplinger, traduzido por Vovô Dorin

Aquele arrogante filho duma vaca, pensou Rudo consigo mesmo, sobre Peter, enquanto ele se dirigia para as escadas para descer para o térreo da Torre Central. Os outros estariam pegando o elevador, e Rudo queria esquece-los o máximo possível. Por este dia ele ainda realmente não sabia por quê ele permitiu que Rolf convencesse-o em se tornar um Agente, e por ele ter dado muita atenção também.

Porque ele é seu amigo, uma voz em sua mente falou. E era verdade; ele considerava Rolf um amigo, e um grande amigo mesmo. Eles passaram pelo inferno juntos, e ambos tem suas cicatrizes para provar isto. Todos eles têm. Mas Rolf tem as piores. Ele ainda acorda durante as noites por causa dos pesadelos, e Rudo sabia muito bem sobre o que ele estava sonhando.

(“Seu alienígena assassino!” gritou Rolf para o líder Terráqueo. “Eu amei-a! Ela era como uma irmã para mim! E você e seu Computador Infernal a tiraram de mim!” Com estas palavras, o Agente sacudiu o líder dos Terráqueos violentamente. As lágrimas corriam o rosto de Rolf e se misturavam com o sangue que vinha do corte em sua testa. Então Rolf deu um passo para trás, e sacou a Neisword. Rudo ouviu-o balbuciar algumas palavras, provavelmente para Lutz, ou Nei. Então ele ergueu a sua arma–)

Ele estava sonhando com a batalha em Noah – a última da sua trilogia de batalhas épicas.A batalha com os homens do planeta Terra. As pessoas que tiraram Nei de Rolf e que, ironicamente, ajudaram a criá-la da primeira vez. Rudo ainda se lembrava da cena, e ele nunca conseguiria esquecê-la. Todos os corpos dos alienígenas… o genocídio dos últimos membros de uma raça extinta.

Mas eles tinham de fazer isto. Eles iam conquistar Motávia – e Algol – para si. Ele e Rolf e Anna e todos os outros que estavam protegendo o seu planeta. Mas o sangue… todo o sangue que ficará para sempre em suas mãos…

Às vezes Rudo pensava que os Jardins Centrais não poderiam homenagear os que perderam suas vidas em Palma, mas os que deram as suas vidas após a destruição de Palma. Aqueles sete corações de guerreiros poderiam estar abatidos, mas cada um deles foi mudado para sempre naquele dia na espaçonave Noah. Alguns mais que os outros, mas todos mudaram. Rudo sabia que ele nunca voltaria a ser novamente o homem feliz que ele era quando ele se casou com Liz, mesmo que tudo tivesse dado certo entre ele e Anna. Não, nenhum deles voltaria a ser o mesmo. Ninguém que viu aquela cena em Noah voltaria.

Não, pensou Rudo, os Jardins deveriam homenagear os oito heróis, apesar de apenas sete deles voltarem vivos para casa, que deram as suas vidas para o seu planeta, de um jeito ou de outro.

Rudo se aproximou da entrada principal da Torre e a porta deslizou-se para deixá-lo passar. Ele se dirigiu para a principal rua de Paseo, onde uma leve brisa o confortava. A rua estava cheia hoje; os Rebeldes estavam quietos já fazia algum tempo. Ele olhou para dentro dos Jardins, e viu o Memorial de Palma à distância. Aparentava não haver ninguém por lá há esta hora. Para Rudo era bom. Ele gostava de prestar suas homenagens sozinho.

Exceto pelo Memorial, o parque estava agitado com as suas atividades. Provavelmente ninguém queria ser lembrado daquela tragédia de jeito nenhum naquele lindo dia. Enquanto Rudo andava, ele entrou nos Jardins e atravessou o parque até o Memorial. Ele olhava para as pessoas, felizes agora, mas em pânico e golpeados pelo medo pelo futuro incerto há pouco tempo atrás. Ele percebeu que havia dois adolescentes jogando na quadra, crianças brincando no playground enquanto os pais observavam felizes (ele e Liz faziam isto com sua pequena filha), e um casal debaixo de uma árvore curtindo um piquenique (ele e Liz faziam isto, também). Ele subiu o caminho de pedras que levava ao Memorial, seus olhos no chão, visão periférica varrendo o parque. Ele nunca parou de usar esta varredura inconsciente de um local desde quando ele começou a usá-la, um ano atrás quando ele acompanhou Rolf em sua jornada para encontrar Cérebro-Mãe. Mas o caminho estava se abrindo, o que significava que ele havia chegado ao Memorial. Ele olhou em volta…

E pulou quando ele viu outro homem.

“Caramba!” disse ele, aliviado e ainda segurando o seu coração ao mesmo tempo. “Você me deu um susto, meu amigo.”

Rolf virou-se para olhá-lo. Qualquer um que não tivesse visto Rolf desde antes do caso Cérebro-Mãe poderia ter visto um homem completamente diferente. Outros, como Rudo, viram-no mudar e endurecer por vários meses. Rolf olhou para o seu amigo com seus olhos quase frios e um rosto sem emoções. O vento soprava seus cabelos azuis para longe de seus olhos, então quando o vento acabou eles desceram de volta para o seu lugar na testa. A faixa amarela destacou-se; seu brilho causava um contraste com o resto do seu rosto. Ele acenou para Rudo. “Desculpe.”

“Sem problemas,” disse Rudo que caminhou em direção ao seu amigo. Rolf estava apenas lendo a lista dos nomes dos que morreram, algo que ele fazia muito freqüentemente, lendo cada nome silenciosamente para si. Ele disse uma vez para Rudo que ele sempre faria isto até que ele memorizasse a lista inteira, de trás para frente e de frente para trás. Rudo perguntou por quê, mas Rolf nunca deu uma resposta.

“Nós sentimos a sua falta na reunião,” disse Rudo depois de dez minutos de oração silenciosa para todos eles.

“Por que se preocuparam?” perguntou Rolf. “Apenas para ouvir as opções do Governador – que eu já ouvi mais de cem vezes, literalmente, e eles nunca encontram uma melhor ou mais sensível – e para ouvir Peter dizer que eu sou louco. Quem se preocupa?”

Rudo concordou. “Foi exatamente isto,” disse ele. O antes Caçador virou-se e olhou para dentro do parque para o local onde eles queriam construir uma estátua de Nei. O mesmo de onde Rolf resgatou Nei da primeira vez. Rudo era totalmente contra isto. Ele estava preocupado se eles não achariam que Rolf estava ficando louco. O Governador disse que provavelmente não mas Rudo imaginava que Rolf ficaria em frente a ela, dia e noite, sol e chuva, apenas admirando.

Sua cabeça se virou em direção à quadra, de onde os dois garotos estavam indo. Ele percebeu um cheiro de perfume, parou, e então deu uma boa inspirada para tentar pegá-lo de novo. Sem dúvida…

“Abaixem-se!” gritou Rudo, sacando sua Sonic Gun.

Rolf virou-se e olhou para ele, o sobretudo que ele vestia sobre seu uniforme de Agente voando no ar. Ele sacou sua Sonic Gun e largou seu casaco no chão e então eles ouviram a explosão.

A quadra voou numa enorme bola de fogo enquanto a dinamite que Rudo sentiu explodiu. Os jogadores caíram no chão, e então correram. Os pais retiraram suas crianças do playground e correram para fora dos Jardins.

Mas o “casal” que fazia o piquenique se levantou, pegando seus lasers da cesta de piquenique. A mulher jogou fora a peruca que ela usava e deixou soltar-se seu cabelo loiro que estava preso num rabo-de-cavalo. O homem rasgou a sua camisa, revelando um uniforme de Guardião disfarçado, e disparou um tiro de energia do seu laser.

Então os Rebeldes, que plantaram a bomba, vieram aparentemente de lugar nenhum, a maior parte armada com rifles. Rudo e Rolf estavam encolhidos entre os arbustos que separavam a área do Memorial do restante dos Jardins enquanto eles viam mais Guardiões e mais Rebeldes virem de lugar nenhum para dentro do parque, que rapidamente estava se transformando num campo de batalha.

Rolf encontrou os olhos de Rudo. “Com quem nós devemos nos juntar?” perguntou Rudo.

“Como Agentes,” disse Rolf, “ninguém. Nós devemos prender ambos.”

“Mas…”

“Nós temos aliados entre os Guardiões.”

Rudo concordou. “E Anna poderia sair daqui imediatamente.”

Eles se levantaram de dentro dos arbustos de onde estavam e apontaram suas Sonic Guns. Rolf viu um Rebelde que estava atacando um Guardião no mano-a-mano, vencendo-o, e tinha o Guardião caído, pronto para atirar de perto com o seu rifle. Então um tiro sônico rasgou o ar com um lamento gritando. O tiro perfurou o peito do Rebelde, e o Rebelde caiu. O Guardião levantou-se, pegando o rifle do Rebelde, e olhou para perto de onde Rolf abaixou-se. Ele saudou-o.

Uma Guardiã postou-se atrás dele e lhe passou ordens, provavelmente para continuar lutando. O Guardião cuja vida Rolf salvou saiu, e Rolf e a mulher encontraram-se com olhos, dizendo parágrafos em apenas uma fração de segundo de contato. Anna concordou com ele, e seu amigo Rolf concordou de volta. Então ele acenou para Rudo e eles saltaram para fora dos arbustos e tomaram parte na batalha.

Rudo correu para o lado de Anna. “Olá, Anna,” disse ele.

“Me dê cobertura, Steiner,” foi a sua resposta. Rudo postou-se ao lado dela, atingindo os Rebeldes com a sua Sonic Gun, enquanto Anna atirou um par de AC Slashers em direção aos pequenos grupos de Rebeldes. Depois de poucos arremessos eles estavam voltando com sangue.

Rolf estava acompanhando os Guardiões mais jovens, e ele estava agradecido ao notar que eles estavam olhando-o como um aliado, não como o homem que eles tinham jurado proteger nos seus juramentos como Guardiões.

Os Guardiões e Rolf tomaram suas posições nos brinquedos do playground, como crianças brincando um jogo de guerra. Rolf postou-se no alto do comum e grande labirinto de madeira. De uma parte desta inovação havia um balcão de onde as crianças podiam observar os Jardins por inteiro, e Rolf ficou ali, sua Sonic Gun guardada, usando um rifle que um Guardião deu para ele de um Rebelde caído para atirar nos atacantes Rebeldes.

Anna e Rudo ficaram atrás da árvore onde ela e o Guardião disfarçado estavam antes. Ela decidiu que os AC Slashers não ajudavam muito, e ela se armou com o seu laser. Com cinco tiros, ela acertou seis Rebeldes, então se abaixou atrás de Rudo para avaliar a situação.

Os Guardiões estavam vencendo. Mais uma vez, pensou Anna. Kip não me decepcionou. Kip era o seu melhor Guardião, e o único que se disfarçou e foi até um campo Rebelde para obter informações sobre esta bomba.

Sua linha de raciocínio foi interrompida. “Anna,” disse Rudo, “eles estão recuando!”

Ela olhou em volta do campo de batalha que havia sido os Jardins Centrais. Sem dúvida, os Rebeldes estavam subindo das trincheiras de onde eles estavam. A líder dos Guardiões agarrou o rádio que estava na sua cintura e falou nele. “Guardiões, é Anna falando,” começou ela. “Os Rebeldes estão recuando. Deixem-os irem. Então nos recuaremos também… Todos os Guardiões devem estar de volta à base em cinco minutos.”

Então como algo no qual ela não havia pensado antes, ela sorriu e acrescentou, “Bom serviço, pessoal. Nós vamos comemorar de noite.” Gritos de alegria ecoavam por toda a parte dos Jardins. Ela ergueu os olhos para ver o rosto de Rudo, e ele sorriu de volta. Muito tempo atrás havia épocas nas quais nenhum deles poderia sorrir, no mínimo de cada um deles; épocas nas quais Rudo era um Caçador e Anna era uma Guardiã cujo trabalho era proteger a população dos Caçadores. Mas Deus sabe das coisas que muito mudaram todos…

O Agente ofereceu a mão para ela em parabenização. Ela se levantou, ignorou a mão, e abraçou-o com força. Depois de alguns momentos, ela sussurrou, “Eu senti falta de você, Rudo.”

“Eu senti sua falta, também.”

O abraço foi interrompido pela voz de outro homem. “Me desculpe por interromper, Anna, mas os Rebeldes foram embora aparentemente para coordenadas pré-combinadas e foram teleportados.”

Rudo sabia que este cara devia ser importante, pois ele chamou-a de “Anna” e não de “Madame” ou “Líder” ou outra coisa apropriada. Anna se dirigiu até ele e abraçou-o também. “Graças a você, Kip, isto foi possível.”

Kip ficou vermelho. “Hã, não foi nada.” Rudo reconheceu Kip como o Guardião que estava postado com Anna no começo da batalha. Ele ainda sabia que este era um bom Guardião, um bom remendo. “Mas, realmente, nós temos que ir embora daqui.”

Anna concordou, e olhou para Rudo. “De volta para a base,” ela suspirou.

“Não,” disse Rolf enquanto ele se juntava ao grupo, “vamos para o nosso ponto. Pelo menos para passar um pouco o tempo.”

Anna abraçou também. Durante sua jornada um ano atrás, e mais ainda após suas conseqüências, Anna e Rolf se tornaram grandes amigos. Ninguém o entendia melhor que Anna, com a possível exceção de Rudo e a definitiva exceção da sua amiga de infância (e melhor também), a Ladra Shir. Sem estes três, Rolf provavelmente estaria numa cela acolchoada em lugar de um uniforme de Agente. Sua mente estava muito frágil quando ele retornou do espaço, ela se agarrou aos grandes amigos que sabiam como caminhar sobre ovos e juntou-os de volta para levar Rolf para onde ele estava agora. Amigos como Rudo, Anna, e Shir.

Eles se resolveram um ao outro e ela olhou dentro dos seus olhos, desejando ver apenas um reflexo do homem que ela conheceu antes da batalha contra os Terráqueos na Espaçonave Noah. Mas ela não viu, e do fundo do coração ela perguntava a si mesma se ela um dia veria. Em vez disso, ela se esqueceu da tentativa falha, e concordou. “Sim, isto soa bem. Kip está convidado, também, certo?”

Rolf olhou para Kip. Ele era muito baixo, cerca de uma cabeça mais baixo que Anna, mas isto fazia com ele fosse ágil e flexível. Além das armas que ele escondia, ele ainda tinha um bastão, que aparentemente era a sua arma de combate corpo-a-corpo escolhida, e com uma olhada Rolf pode perceber que ele sabia como usá-la muito bem.

“É claro que ele está,” disse ele.“Vamos sair logo daqui antes que os Agentes cheguem.”

“Mas vocês dois são Agentes,” sorriu ela. Então ela avisou um homem pelo rádio que ela e Kip não estariam retornando para a base até mais tarde.

- - -

O jantar foi incrível. Foi uma refeição normal, não os pratos padronizados repetidos dos quais eles já estavam enjoados. E certamente eles estavam todos famintos como ursos depois do pequeno “incidente” nos Jardins.

Rolf foi para a cama logo depois do jantar. Anna deu para ele um número de Visifone onde ela poderia ser encontrada de vez em quando, e uma freqüência de rádio, com um código de criptografia, onde ela poderia ser encontrada a qualquer momento.

Anna liberou Kip para retornar à base. Ele olhou para ela por um segundo, e então decidiu não questionar a sua líder. Kip saiu da casa e prosseguiu com o retorno para a base.

Isto deixou Anna e Rudo sozinhos, um olhando para o outro enquanto eles se sentavam na poltrona. “Eu, hã,” tateou Rudo, “não avisaria mas percebi que você não tirava os olhos de mim durante o jantar.”

“Oh, eu vi,” sorriu Anna. “E por quê é que você não avisaria mas percebeu, Sr. Steiner?”

“Porque eu não conseguia tirar os meus olhos de você.”

Eles riram por uns instantes. Uma boa risada, tão franca quanto nos bons tempos. Então houve uma pausa. O sorriso dela sumiu. “Nós precisamos conversar.”

O rosto de Rudo demonstrava confusão. “O que há para conversarmos?” perguntou ele. “Você me disse que não há lugar no seu coração para mim.”

“Eu pensava que não havia. Mas mesmo que houvesse…” Esgotou-se ela, encolhendo os ombros.

“O que?”

“Bem… eu sou uma Guardiã. Eu sou líder deles. E você é um Agente. E como um Agente, uma das suas missões é prender os Guardiões.” Ela soltou o fôlego, que saiu mais como um suspiro do que ela gostaria que fosse. “Não daria certo, é isso. Porque eu nunca deixaria meu trabalho, e eu nunca pediria para você deixar o seu.”

“Eu realmente não gosto do meu trabalho, de qualquer jeito. Eu poderia deixar o meu…”

“Não,” ela balançou a cabeça. “Eu não deixaria.”

Houve outra longa pausa. Rudo virou a cabeça e olhou para fora da janela. Ela liberou Kip para retornar para a base…

“Você já planejou onde vai passar a noite?” perguntou ele hesitante.

Ela sorriu para ele. Era o seu sorriso travesso. “Sim. Já planejei.”

Ele sorriu de volta. “Além da cama do Rolf, há apenas uma única outra na casa inteira.”

Seu sorriso aumentou. “Eu sei. É por isso que você irá dormir aqui fora no sofá.”

Ele encostou a cabeça na poltrona, enterrando o rosto na almofada. Anna riu, passando a mão no seu cabelo cortado macio. Quando ele olhou de volta, ela estava no seu quarto, e um segundo depois, ela fechou a porta atrás dela.

- - -

Kip deixou a casa de Rolf pelos fundos, e saltou pelo quintal dos fundos, por uma certa distância, sobretudo padrão dos Guardiões cobrindo o seu uniforme. Quando ele alcançou o fim da rua, ele estava embaixo de um poste apagado.

Lentamente, marcando o tempo, ele varreu a rua em busca de sinais da presença de qualquer um, qualquer coisa. Pedestres tardios, Agentes patrulheiros, Gatos Almiscarados, qualquer coisa. Quando ele estava certo de que tudo estava limpo, ele correu a toda velocidade e deslizou para dentro da rede de esgoto, e para os túneis subterrâneos abaixo.

Paseo, e todas as outras cidades de Motávia, pararam de usar o velho sistema de esgoto da cidade com o advento dos banheiros que convertem resíduos em energia. Era um cenário de duplo ganho: mais fontes de energia e a obsolescência de um sistema de esgotos. A praga disso é que era uma das invenções de Cérebro-Mãe.

Kip estava quieto, já que ele não tinha idéia de quem estava rua acima, se era alguém. Então ele correu pelos túneis sem fazer barulho que levavam aos túneis da base principal dos Guardiões. Quando ele estava próximo a poucos blocos da junção (a base principal era subterrâneo, em algum lugar abaixo das florestas entre Arima e Paseo), ele ouviu duas vozes distantes na rua acima. Sem barulho, ele se encolheu contra a parede do túnel escuro, clareado apenas pela luz da rua que vinha através da grade, e olhou para a rua.

Os dois Rebeldes que ele ouviu estavam encolhidos atrás dos arbustos, escondendo-se. A única coisa que havia eram esses arbustos que estavam exatamente em frente de Kip através dos quais ele olhava, sendo que ele não apenas ouvia cada palavra, mas também os via claramente. É claro, isto fazia dele também um alvo fácil, então silêncio absoluto devia ser mantido, senão a base inteira dos Guardiões poderia ser descoberta.

“Nós não estávamos nas coordenadas na hora, Johnny,” disse o primeiro Rebelde. “Agora nós temos de nos virar para voltarmos para o QG antes que Ricktus nos mate.” Kip silenciosamente puxou um bloco de notas e escreveu o nome Ricktus. Poderia ser o supervisor deles, ou mesmo o líder dos Rebeldes. Então ele ouviu.

“Não borre as calças, Sid,” disse Johnny. “Eis aqui o devemos fazer. Nós escapamos para fora de Paseo – o que será fácil – e seguiremos até o abrigo de Arima. Então nós compramos um teleportador em Arima para Oputa, e de lá são apenas duas milhas de caminhada até a floresta.”

Sid concordou. “Sim, e nós podemos nos comunicar com Ricktus de lá do abrigo…”

“Exatamente,” completou Johnny. Ele se levantou, e deu a mão a Sid para ajudá-lo. Não era nem uma ajuda física mas sim mental; para encorajá-lo de que o plano poderia funcionar.

Os dois Rebeldes começaram a caminhar, e enquanto eles iam Kip guardou o seu bloco de notas e soltou um rastreador do seu cinto, apontando para Sid enquanto ele apertava o botão. A luz do pequeno aparelho acendeu, o que indicava que estava gravando. Agora, enquanto ele colocava o pequeno rastreador num computador, ele poderia pegar as coordenadas exatas de onde eles estavam, enquanto eles estivessem no planeta. (Desconsiderando que a única espaçonave em Motávia estava nas mãos dos Agentes.)

Mas isto era apenas para provar para Kip com uma evidência física o que ele já sabia em seus pensamentos. Ele sabia que havia florestas próximas a Oputa, e ele sabia que havia um prédio abandonado a poucas milhas dentro destas florestas que seria uma base perfeita para os Rebeldes. Seus fétidos teleportadores teriam espaço e energia de sobra sem problemas. Anna e ele já haviam discutido a possibilidade de ser esta a localização da base deles, mas nunca seriamente, sem nunca terem dito nada para nenhum outro Guardião.

Assim que obtivesse a confirmação, seria a hora. A hora de contar aos Guardiões que os Rebeldes estavam usando o prédio que já foi chamado de Laboratório de Biossistemas como o seu quartel-general.

fanworks/psultimate/destino_do_agente/agente_002.txt · Última modificação: 2009/01/16 13:47 por orakio

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