A GAZETA DE ALGOL

"O morto do necrotério Guaron ressuscitou! Que medo!"

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Capítulo 13

Por James Maxlow e Mike Ripplinger
Traduzido por Orakio Rob

A magia de Noah os havia deixado impressionados duas vezes no caminho. Sem hesitar, ele destruiu três monstros, sem esforço. Alis se perguntava como eles poderiam falhar com Noah ao lado deles; o pensamento de que havia existido toda uma raça desses seres era incompreensível.

A prisão Gothic era uma construção pequena, aninhada em uma cordilheira. Construída há muito tempo atrás, pouco foi usada nas últimas décadas. Mas a maldade de Lassic causou um grande aumento de ocupantes: a maioria dos “criminosos” que não foram mortos foi trazida para cá, ou para a prisão de Baya Malay.

Ela era construída de pedras escuras e aço frio. Pouco convidativo, o grande portão de entrada estava fechado. Enquanto se aproximavam, ocorreu a Alis que eles não tinham como entrar. Mas quando Noah se aproximou do portão, deixando os outros para trás, ela sabia o que estava prestes a acontecer.

Noah começou a gesticular, e em silêncio, instantaneamente, a trava do portão se abriu. Sem dizer uma palavra, os quatro heróis entraram na prisão; Alis e Odin seguraram com firmeza suas armas, enquanto Myau esticava suas orelhas e Noah seguiu à frente com seu cajado. Eles estavam em uma passagem estreita que fazia uma curva abrupta logo adiante.

“Cadê a resistência?” Odin sussurrou. O silêncio permaneceu, e eles continuaram em frente. Quando viraram na primeira curva, um pequeno robô surgiu. Ele mantinha a arma apontada enquanto falava. “Que negócios vocês tem por aqui?” Sua voz mecânica disse. Subitamente, Odin correu para frente, pulando na parede à esquerda e se lançando contra o robô. Antes que este pudesse virar sua arma no ângulo dele, Odin desceu o machado em seu pescoço, arrancando sua cabeça. Ele foi ao chão, como um monte de sucata velha, fumegando.

“Duvido que tenhamos mais problemas”, Odin disse. “Ninguém com a cabeça no lugar invadiria uma prisão de Lassic, então não há necessidade de muitos guardas. Vamos”. Ele agora assumiu a dianteira, enquanto Alis se perguntava se seu comentário deveria ter graça ou não. Certamente não parecia engraçado.

Eles chegaram a outra longa passagem, mas podiam ver que havia uma divisão para a direita mais à frente. Pouco antes de alcançarem a curva, viram uma porta fechada um pouco mais adiante.

“Ele pode estar aqui”, Odin comentou. “Presumo que você pode abrir essa também, Esper”.

“Claro que sim. É muito simples. Só tenho que invocar uma…”

“Sem querer interromper seu monólogo, Noah, mas é melhor sermos rápidos. Não sabemos se aquele guarda alertou seus companheiros”.As palavras de Alis eram verdadeiras. Noah deu um passo adiante, ficou imóvel, e logo depois a porta se abriu. Cuidadosamente, Alis seguiu à frente.

Diante deles, em um quarto escuro e úmido, um homem estava sentado em um banco. Ele era bem velho, e parecia ainda mais idoso devido a sua óbvia carência de comida e água.

“Dr. Luveno? É você?” Noah sussurrou. O homem ergueu lentamente a cabeça, e Alis pôde contemplar um vazio arrepiante em seus olhos. “Luveno?” Noah repetiu.

“Sou Luveno…” Foi sua arrastada resposta. Ele olhou para baixo novamente, aparentemente ignorando os estranhos. “Se veio em busca de ajuda é melhor esquecer. Parta!”

“Dr. Luveno, sou eu, Noah. Viemos regatá-lo. Viajamos até Gothic para encontra-lo, e disseram que você foi capturado”.

“Eu disse saiam… Não tenho mais forças para seguir em frente…”

“Mas doutor, nós precisamos de você. Palma precisa de você. Nós precisamos de uma espaçonave…”

A cabeça de Luveno ergueu-se rapidamente, um sorriso de maníaco tomou sua face. “Você quer que eu construa uma espaçonave para vocês? Sem chance! Não posso aceitar tamanha responsabilidade. Eu vivi minha vida inteira em um mundo de tecnologia, e olhe onde eu fui parar? Eles me prenderam dessa vez… da próxima podem me matar…”

A resposta de Noah veio carregada de desespero. “Mas doutor, é por Algol! Você tem que fazer isso! Tajim acredita que…”

“Tajim? Tajim…” Ele pareceu considerar algo por um instante; tudo ficou em silêncio por um minuto. “Muito bem… Você é persistente. Se fizer como eu digo, eu o ajudarei… Por Tajim…” Ele se ergueu lentamente, como um velho de quinhentos anos. “Venha, vamos voltar a Gothic para fazer os preparativos”.Noah tentou ajudá-lo, mas Luveno resistiu. “Não se preocupe comigo… posso cuidar de mim…”

A viagem de volta a Gothic levou muito mais tempo do que a ida, em parte porque eles tiveram de ir mais devagar por causa de Luveno, e também porque anoitecera. Quando finalmente alcançaram a cidade, decidiram levar Luveno para o hospital, onde ele passaria a noite. Os heróis dormiram na casa de Tybal, sabendo que quanto mais tempo ficassem, mais perigo a cidade correria. Eles tinham que partir no dia seguinte.

No alvorecer da manhã seguinte, eles conversaram na casa de Luveno; ele já havia se recuperado muito bem, com apenas uma noite de sono e alguns medicamentos.

“Devo dizer, meus amigos, que esse seu plano… Não vejo como pode ter sucesso. Lassic controla o planeta inteiro, e vocês pensam em destroná-lo, só vocês quatro? Loucura…”

“Como você disse, doutor, ele controla o planeta inteiro…” Noah explicou, “e dessa forma, qualquer força de tamanho razoável que se oponha a ele seria imediatamente esmagada. Mas um pequeno grupo pode ir adiante sem ser notado até que seja tarde demais para ele… Ou assim esperamos…”

“E nós temos um feiticeiro ao nosso lado”, Odin acrescentou.

“É verdade. Mas mesmo assim dizem que Lassic controla magia negra. Noah, você é, mesmo com todo seu talento, apenas um aluno de Tajim. Você acredita que pode triunfar?”

“Temos que triunfar, doutor. Ou Algol morrerá. Mas teremos um item muito valioso para usar. Por isso precisamos de sua espaçonave”.

Luveno levou a mão ao queixo, assumindo sem querer uma postura pensativa. “Eu ainda tenho acesso aos componentes dos quais preciso em uma montanha próxima daqui… na verdade, há uma espaçonave quase completa escondida lá. Meu assistente e eu podemos trazê-la, se as patrulhas de Lassic não passarem pela área…”

“Faremos o que pudermos para ajudá-lo, doutor,” Alis disse a ele.

“Você terá outros problemas, minha jovem. Quer dizer, a não ser que algum de vocês saiba pilotar uma espaçonave?” Alis, Odin e Myau trocaram olhares”. “Parece que não. Vocês precisam encontrar Hapsby.”

“O que é um Hapsby, doutor?” perguntou Myau. “Não é algo, é alguém. Hapsby é um robô que eu criei há muito tempo atrás, e que pode pilotar uma espaçonave. Eu o perdi há muitos meses atrás… viajávamos pela floresta e fomos atacados por um bando de ladrões. Não sou mais tão veloz quanto era em minha juventude, mas consegui escapar quando eles descobriram que eu não tinha dinheiro”.

Myau respondeu, “E eles levaram Hapsby, presumindo que ele era valioso?”

“Provavelmente, eu imagino. Eu fiz algumas poucas buscas na área desde então, mas não o encontrei”.

Alis julgou ter notado um pouco de tristeza na voz dele. “Eu gostava muito dele… e para pilotar a nave, vocês terão que descobrir o que fizeram com ele, e trazê-lo aqui”.

“O senhor não pode simplesmente construir outro?” Odin perguntou.

“Meu caro garoto, Hapsby foi o ápice de anos de esforços. Ele não pode ser substituído. E estou muito velho para ficar passeando pelos planetas… não, vocês precisam encontrá-lo se pretendem ir a algum lugar…”

“Nós o traremos de volta, doutor Luveno, não se preocupe. Acho que sei para onde os ladrões podem ter ido”. Alis sentiu que Noah não estava brincando quando fez a promessa.

“Muito bem, então é melhor vocês irem. Vou contatar meu assistente, e cuidaremos da nave. Boa sorte, Noah.”

“Tudo de bom, Luveno.”

Os quatro saíram. Myau foi o primeiro a falar.

“Aonde vamos, Noah?”

“Para uma cidade chamada Albion”.

fanworks/psultimate/epico/epico_013.txt · Última modificação: 2009/01/16 13:25 por orakio

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